Não Nos Sentimos Nos Nossos Melhores Dias

Em março de 2020, assistimos a uma situação inédita na vida de cada um de nós – o mundo está parado, por causa de uma pandemia que se tem mostrado muito difícil de controlar. A nós, jovens, é-nos solicitado, apenas, que fiquemos em casa. Mas será esta uma tarefa tão simples como parece?
A verdade é que, por mais fácil que esta “empreitada” seja, na prática, quem se encontra isolado em casa, há um mês, não se sente nos seus melhores dias. Não só é prejudicial à nossa saúde, não poder sair e estar com algumas das pessoas de quem mais gostamos, como é, também, algo de desconcertante não saber o que será o nosso futuro. Especialmente para os que tinham pela frente um final de ano letivo com exames, é inevitável a sensação de ansiedade associada a esta incerteza.
Para tentar aliviar esta situação, vou compartilhar alguma das coisas que acho essenciais para nos mantermos sanos, nesta época tão complicada. Em primeiro lugar, vou mencionar o que considero ser o mais importante, para não deixar a quarentena transtornar a nossa realidade – os horários. Para quem se encontra em casa, sem compromissos, decerto que é preciso uma certa força de vontade para cumprir um horário; assim, mas não é necessário que seja algo rigoroso, nem muito menos é preciso ter de acordar de madrugada, como tanto desgostamos nos dias de escola. Um pouco de organização é o suficiente para não sentirmos a realidade tão alterada e tentar manter uma certa produtividade diária. Além disso, é muito importante para a saúde mental de cada um.
Mesmo estando entediados, não nos podemos esquecer de que o ano letivo ainda não acabou e que não podemos abandonar os estudos, apenas porque não vamos à escola. Principalmente para os anos de exame, é muito aconselhável manter uma rotina de estudo e aproveitar, agora, para estudar aos poucos, antes que nos “caia tudo em cima”. Outra responsabilidade que temos de ter em conta é a atividade física, pois durante este tempo não nos resta muito para fazer, senão estar sentado. Portanto, para combater o sedentarismo, é crucial manter uma rotina de treino físico semanal e não ceder à preguiça, que tanto nos prejudica.
É preciso não esquecer que, até para quem consegue fazer a manutenção da sua saúde mental, durante este tempo, e havendo pessoas mais independentes do que outras, o convívio social é uma necessidade do ser humano. Se bem que as verdadeiras amizades sobrevivem a qualquer distância, é difícil, para todos nós, deixar o contacto com as pessoas de quem gostamos, que são, por vezes, o que precisamos para melhorar o nosso estado mental. Por isso, algo que acho essencial, nesta quarentena, é ligar aos nossos amigos com frequência, falar sobre qualquer coisa, mesmo que nada aconteça nas nossas vidas. Todos estamos sozinhos nesta situação e, decerto, faz muito bem uma conversa, por mais que isso não se compare com o estar junto à pessoa.
Dependendo da personalidade de cada um, as prioridades neste conjunto de dicas, que mencionei, vão variando de pessoa para pessoa. Pessoalmente, vejo esta última como a mais importante para me dar o bom humor de que necessito para aguentar estes tempos complicados, mas todas as outras são essenciais para protegermos a nossa saúde mental.
Não nos devemos esquecer de agradecer todos os dias aos que trabalham lá fora, para que possamos estar em casa, em segurança, e para pôr o fim a esta pandemia. Para já assistimos a tempos negros, mas não podemos deixar de ter a esperança de que tudo vai melhorar, depois do tempo que for necessário. Por isso, para todos vocês que estão em casa, não desanimem e tentem levar a vossa vida da forma mais normal que encontrarem, pois, certamente, tudo voltará à realidade a que estamos habituados.

Inês Caetano - Oficina de Jornalismo


D. Maria Times 20 maio, 2020
A Quarentena Ensinou-me A Valorizar Os Detalhes

Estamos a viver uma situação um tanto complicada. O nosso mundo deu uma volta de 180°: Nova Iorque, agora, só dorme, nenhum caminho quer levar a Roma, não visitar os nossos familiares tornou-se um ato de amor… Tudo mudou: estamos fechados dentro das nossas próprias casas, à espera de que tudo melhore, de que os novos ‘heróis’ aguentem toda esta pressão.

O engraçado é que, antes, pedíamos um tempinho livre, um dia sem aulas, uma hora para ver as nossas séries e, agora, que temos todo o tempo do mundo, somos invadidos por uma vontade súbita de sair de casa. Nunca pensámos que a nossa liberdade nos pudesse ser negada desta forma. É, agora, que temos de aprender a respeitar os outros mais do que nunca. Se há cinco dias, a contar de ontem, foi sexta-feira, que dia da semana será amanhã? A resposta é «Amanhã é sexta.». Mas tu que estás em isolamento, assim como eu, talvez tenhas a sensação de que estás preso num domingo. E é por isso que estou a escrever este testemunho, para te dizer o que estou a fazer para que os meus dias deixem de ser tão repetitivos e para que passem a ser bem aproveitados. 

O que fazer?
É bastante importante estabelecer um horário. Agora que tens todo o tempo do mundo não te desleixes e aproveita-o bem. Lembra-te: quarentena não são férias! Estudar a partir de casa é mais exigente, principalmente ao nível da concentração, por isso, tenta criar um horário de estudo em que dês mais importância às disciplinas de Exame (se estás em ano de exames). Mas nunca deixes de estudar as outras disciplinas também são importantes! No teu horário, deixa algum tempo para descontraíres se não, não vais conseguir que o estudo seja eficaz. Para além disso, dorme bem e não te desleixes com as horas das refeições.

Estabelece objetivos. Ter objectivos tem-me dado bastante motivação. Se escrevi que tinha de fazer alguma coisa até ao final do dia, eu vou fazê-lo, mesmo que nem sempre me apeteça… Estes objetivos não precisam, necessariamente, de ser relacionados com a escola. Por exemplo, podes querer arrumar o teu quarto ou ver aquela série que tanto querias e para a qual ainda não tinhas arranjado tempo e atenção. Quanto à Escola, escreve diariamente o que tencionas estudar e que trabalhos tens para fazer. Já me mentalizei de que se tenho trabalhos para fazer, tenho de os fazer atempadamente e sem pressas. 
Por norma, já sou uma pessoa que deixa as coisas para a última da hora e, agora, como não tenho nada para fazer, confesso que tenho uma vontade gigante de deixar tudo para a última. Não sejas como eu! Faz os trabalhos mal eles te sejam enviados, pode não parecer mas ganhas muito tempo.

Não deixes de fazer exercício físico. Agora já não tens desculpas, tens o tempo e acredito que também tenhas o espaço. Não sabes o que fazer? Eu uso a aplicação Nike Training e faço o treino da Helena Coelho e do Paulo Teixeira. Todos os dias úteis eles fazem um treino de 16mins e no Sábado costumam fazer um de 32mins. Para também fazeres basta estares equipada às 19h30 e ires aos Instagram de um deles. Se àquela hora não te dá jeito podes sempre fazer algures durante as 24h a seguir. Se não gostares do que te recomendei, há sempre vídeos no Youtube. Manteres-te ativo é importante não só para o teu corpo como para a tua concentração

Uma coisa essencial, diverte-te. Vê aquele filme de que toda a gente fala, joga aquele jogo que nunca tiveste paciência para aprender. Se tens um quintal, corre, joga às raquetes, observa os pássaros e as árvores. Viste um DIY giro no Pinterest? Tenta fazer. Dá asas à tua criatividade! Aproveita o teu tempo da melhor maneira. 

Se há coisa que esta quarentena me ensinou foi a valorizar todos os pequenos detalhes e aos quais não costumamos dar muita importância. Tenho saudades da minha rotina, da escola, dos meus treinos, tenho saudades de quando era feliz e não sabia. Ainda sou, mas, agora, aprendi a estar grata por aquilo que tinha. Nestes dias, aproveito cada minuto, aprendo a observar em vez de olhar, a escutar em vez de ouvir. E agradeço todos os dias por existirem pessoas corajosas que nos sustentam nestes dias e que lutam por todos.


Ana Isabel Veiga- Oficina de Jornalismo

D. Maria Times
As Saudades Das Nossas Rotinas Fazem-se Sentir

Era hoje... Por esta altura, já estaríamos fartos de ouvir o Cação a tentar falar italiano ou a dizer que queria comer um Gelato, o tão prometido gelato... Foram meses de preparação e de sonhos para esta viagem...Quando a cancelámos, ainda tínhamos a esperança de que tudo melhorasse e ainda pudéssemos viajar. Hoje, nenhum caminho quer levar a Roma...                                                                                                                                     Hoje, a nossa esperança alterou-se e tomou conta de nós. Estamos fechados nas nossas próprias casas, na esperança que tudo melhore. Na esperança que as pessoas fiquem em casa e que os médicos e enfermeiros aguentem tudo isto. Na esperança de acordar amanhã e tudo ter acabado, não passar de um pesadelo. A nossa vida deu uma volta de 180° parou, estamos a adiá-la. Não sabemos quando este estado vai acabar. A cada dia que passa, as saudades das nossas rotinas fazem-se sentir. As saudades dos nossos amigos, dos nossos familiares e de tudo aquilo que tomámos como garantido todos estes anos acumulam-se dentro de nós.                                                                                                                                                             Hoje, não estamos em Itália, mas estamos com Itália e com Mundo no combate a este vírus. Vamos ficar em casa para um dia pudermos ir comer a Pizza, o Gelato e ver o Vaticano.

Tudo vai passar, vamos ficar todos bem!
Ana Isabel Veiga - Oficina de Jornalismo

D. Maria Times